A
Política das Nacionalidades
As
unificações da Alemanha e da Itália
Em 1871, após uma série de guerras, que envolveram
alemães, italianos, austro-húngaros e franceses foram concretizadas as
unificações alemã e italiana dando origem as duas novas forças no Velho
Continente.
O
processo de construção do Estado Alemão.
A construção do Estado alemão teve início em 1832 com a criação do zollverein,
uma política aduaneira, que extinguiu as alfândegas entre os estados membros da
Confederação Germânica e entre eles e a Prússia. O zollverein não incluía a
Áustria, que ocupava a presidência da Confederação. Essa medida resultou na
formação de um bloco econômico, primeiro passo para a unificação política.
Em 1848, em meio a turbulência
nacionalista na Europa, houve uma fracassada tentativa de unificação ocorrida
no Congresso de Frankfurt, que não resistiu a reação do Império
Austríaco. Nesse Congresso, chamou atenção fato de alguns estados da
Confederação Germânica, os localizados na Baviera, não terem votado na proposta
de unificação discutida no Congresso. A reação austríaca forçou o recuo da
Prússia, que, até ali, apoiava a proposta de unificação.
O fracasso da unificação em 1848 apontou para os prussianos a
necessidade de dotar o Estado de uma força militar capaz de enfrentar e
derrotar a Áustria. Essa política foi inaugurada ainda nos anos 1850
Em 1862 com a ascensão de Otto Von
Bismarck ao governo Prussiano, como Chanceler, foi intensificada a
militarização combinada com uma política de alianças e de guerras externas,
vistas pelo chanceler como o único caminho para a unificação. Essa opção
denominada, por ele, como política de ferro e de sangue. A
estratégia adotada pelo Chanceler teve apoio da aristocracia rural Jünker, da
qual Bismarck era oriundo, e que era declaradamente nacionalista e defensora da
unificação pela via da militarização.
Em 1864, teve início o ciclo de guerras da
Prússia contra a Dinamarca, contra o Império Austro-Húngaro em 1866 e contra a
França em 1870. Na primeira, com apoio austríaco houve a incorporação do Ducado
de Schlewisg. Na segunda em 1866, com apoio do Reino do Piemonte e com a
neutralidade de Napoleão III ocorreu a união de grande parte da Confederação
Germânica à Prússia, formando a Confederação do Norte. Na última em 1870, com
apoio do Reino do Piemonte formou-se o Estado Alemão com a união dos estados da
região Bávara.
A
unificação alemã e o Revanchismo francês
- A
perda do território da Alsácia e Lorena rico em carvão mineral, que ficou
anexado à Alemanha até o término da Primeira Guerra Mundial;
- A
coroação do Kaiser Guilherme como o imperador da Alemanha, ter sido realizada
nos salões do Palácio de Versalhes, um dos símbolos da França.
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A Guerra Franco-Prussiana e a Comuna de Paris
A
derrota francesa na guerra contra os prussianos resultou na queda do governo
de Napoleão III e abriu caminho para a instalação de uma breve experiência de
governo popular em Paris, o governo da Comuna.
A Comuna de Paris representou um governo de resistência dos
trabalhadores ao governo da burguesia liderado por Adolphe Thiers
(reconhecidamente conservador) instalado após a queda de Napoleão III. O
governo da Comuna foi eleito por sufrágio universal e defendeu um programa de
reformas como: ensino gratuito e obrigatório, controle dos preços dos
alimentos, controle do Estado sobre as unidades fabris e parcelamento das
dívidas decorrentes de aluguéis em atraso.
Entretanto, uma ofensiva militar do
governo Thiers esmagou a experiência de um governo operário, como Marx
imaginava. Os números apontam para cerca de 20 mil comunardos mortos. Mas,
segundo Hobsbawm no livro A era do capital, podem ter sido muito mais de 20
mil os comunardos que morreram. Porque cerca de 40 mil foram feitos
prisioneiros e 10 mil foram sentenciados. Houve, sem dúvida alguma, um banho
de sangue.
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O
processo de formação do Estado Italiano
Em 1870, em meio a guerra franco-prussiana os italianos anexaram os
territórios Pontificiais e com eles criaram o Estado Italiano. Esse momento
representou a terminalidade de um processo que mobilizou grande parcela da
sociedade italiana em torno da unidade política ainda que dividida em
diferentes proposições como:
- O Risorgimento movimento
surgido no Reino do Piemonte sob a influência da alta burguesia, que defendia a
monarquia como forma de forma de governo. No Risorgimento despontou a liderança
de Camilo Benson, o Conde de Cavour, Primeiro Ministro do monarca Vitor
Emanuel;
-
A Jovem Itália ou Mazzinismo, esse movimento organizou-se na
área da Venécia sob a liderança de Giuseppe Mazzini e defendia a república como
forma de governo;
-
Os Camisas Vermelhas, liderados por Giuseppe Garibaldi,
defendiam uma República que priorizasse as questões sociais. Os Camisas
Vermelhas eram do Sul, a área economicamente menos desenvolvida da Península,
de população majoritariamente camponesa.
Entre 1848 e 1870 intensificou-se o
processo de unificação, sobretudo a partir da década de 1850 quando Cavour
adotou uma política de alianças externas com a França de Napoleão III e com a
Prússia de Otto Von Bismarck. Através de guerras contra a Áustria e por último
contra a França, os italianos, sob a liderança piemontesa, puderam construir a
unidade política e territorial. Vale registrar, que em ambas as guerras os
italianos atuaram como coadjuvantes dos prussianos nas guerras austro-prussiana
e franco- prussiana.
A unificação italiana e a Região Irridenta
A
unificação da Itália em 1870, com a anexação dos territórios Pontificiais,
não definiu a Itália como ela é hoje. Porque naquela oportunidade não foram
integrados ao Estado Italiano os territórios da chamada Itália Irridenta
(região do Trento, do Triestre, do Trentino e da Ístria), que permaneceram
sob o domínio austríaco até o fim da Primeira Guerra Mundial, quando então
eles foram integrados à Itália.
O irredentismo italiano foi uma doutrina que defendia
a integração à Itália de todas as regiões que, embora politicamente separadas
daquele país, estariam ligadas a ele pelos costumes e pela língua. A
expressão "terras irredentas" (em italiano, terre irredente), isto
é, terras 'não libertadas' ou 'não resgatadas',
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A unificação italiana e a
Questão Romana
Entre 1870 e 1929 desenvolveu-se o que se denominou Questão Romana marcada
pelo fato de não existirem relações políticas entre o Estado Italiano, criado
em 1870, e a Igreja Católica.
Essa questão decorreu da reação do
Papa Pio IX, que não aceitou o fato de os italianos anexarem os estados
Pontificiais ou região Romana na última etapa da unificação italiana. Naquela
oportunidade, o então Papa Pio IX não reconheceu o Estado italiano e
declarou-se prisioneiro do mesmo.
Essa situação arrastou-se por quase
sessenta anos, sendo resolvida em 1929 pelo Tratado de Latrão assinado pelo
Papa Pio XI e o líder italiano Benito Mussolini, Il Duce. Por esse tratado a
Igreja reconheceu o Estado Nacional e, em troca, recebeu de Mussolini a
soberania sobre o território, em que se instalou o Estado do Vaticano.
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