sábado, 29 de julho de 2017

Unidade XV: As unificações da Alemanha e da Itália

A Política das Nacionalidades
As unificações da Alemanha e da Itália

     Em 1871, após uma série de guerras, que envolveram alemães, italianos, austro-húngaros e franceses foram concretizadas as unificações alemã e italiana dando origem as duas novas forças no Velho Continente.

O processo de construção do Estado Alemão.

     A construção do Estado alemão teve início em 1832 com a criação do zollverein, uma política aduaneira, que extinguiu as alfândegas entre os estados membros da Confederação Germânica e entre eles e a Prússia. O zollverein não incluía a Áustria, que ocupava a presidência da Confederação. Essa medida resultou na formação de um bloco econômico, primeiro passo para a unificação política.
     Em 1848, em meio a turbulência nacionalista na Europa, houve uma fracassada tentativa de unificação ocorrida  no Congresso de Frankfurt, que não resistiu a reação do Império Austríaco. Nesse Congresso, chamou atenção fato de alguns estados da Confederação Germânica, os localizados na Baviera, não terem votado na proposta de unificação discutida no Congresso. A reação austríaca forçou o recuo da Prússia, que, até ali,  apoiava a proposta de unificação.
     O fracasso da unificação em 1848 apontou para os prussianos a necessidade de dotar o Estado de uma força militar capaz de enfrentar e derrotar a Áustria. Essa política foi inaugurada ainda nos anos 1850
     Em 1862 com a ascensão de Otto Von Bismarck ao governo Prussiano, como Chanceler, foi intensificada a militarização combinada com uma política de alianças e de guerras externas, vistas pelo chanceler como o único caminho para a unificação. Essa opção denominada, por ele, como política de ferro e de sangue. A estratégia adotada pelo Chanceler  teve apoio da aristocracia rural Jünker, da qual Bismarck era oriundo, e que era declaradamente nacionalista e defensora da unificação pela via da militarização.
     Em 1864, teve início o ciclo de guerras da Prússia contra a Dinamarca, contra o Império Austro-Húngaro em 1866 e contra a França em 1870. Na primeira, com apoio austríaco houve a incorporação do Ducado de Schlewisg. Na segunda em 1866, com apoio do Reino do Piemonte e com a neutralidade de Napoleão III ocorreu a união de grande parte da Confederação Germânica à Prússia, formando a Confederação do Norte. Na última em 1870, com apoio do Reino do Piemonte formou-se o Estado Alemão com a união dos estados da região Bávara.


                             A unificação alemã e o Revanchismo francês

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Tropa da Máquina de Guerra Prussiana
     A guerra Franco-Prussiana 1870-71 constituiu-se na última etapa da unificação alemã e deu início ao revanchismo dos franceses, considerado como uma das causas da Primeira Guerra Mundial. Esse sentimento dos franceses em relação aos alemães decorreu das seguintes situações:
- A perda do território da Alsácia e Lorena rico em carvão mineral, que ficou anexado à Alemanha até o término da Primeira Guerra Mundial;
- A coroação do Kaiser Guilherme como o imperador da Alemanha, ter sido realizada nos salões do Palácio de Versalhes, um dos símbolos da França.




                       
  A Guerra Franco-Prussiana e a Comuna de Paris

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    A derrota francesa na guerra contra os prussianos resultou na queda do governo de Napoleão III e abriu caminho para a instalação de uma breve experiência de governo popular em Paris, o governo da Comuna.
    A Comuna de Paris representou um governo de resistência dos trabalhadores ao governo da burguesia liderado por Adolphe Thiers (reconhecidamente conservador) instalado após a queda de Napoleão III. O governo da Comuna foi eleito por sufrágio universal e defendeu um programa de reformas como: ensino gratuito e obrigatório, controle dos preços dos alimentos, controle do Estado sobre as unidades fabris e parcelamento das dívidas decorrentes de aluguéis em atraso.
     Entretanto, uma ofensiva militar do governo Thiers esmagou a experiência de um governo operário, como Marx imaginava. Os números apontam para cerca de 20 mil comunardos mortos. Mas, segundo Hobsbawm no livro A era do capital, podem ter sido muito mais de 20 mil os comunardos que morreram. Porque cerca de 40 mil foram feitos prisioneiros e 10 mil foram sentenciados. Houve, sem dúvida alguma, um banho de sangue.


O processo de formação do Estado Italiano

     Em 1870, em meio a guerra franco-prussiana os italianos anexaram os territórios Pontificiais e com eles criaram o Estado Italiano. Esse momento representou a terminalidade de um processo que mobilizou grande parcela da sociedade italiana em torno da unidade política ainda que dividida em diferentes proposições como:
- O Risorgimento movimento surgido no Reino do Piemonte sob a influência da alta burguesia, que defendia a monarquia como forma de forma de governo. No Risorgimento despontou a liderança de Camilo Benson, o Conde de Cavour, Primeiro Ministro do monarca Vitor Emanuel;
 - A Jovem Itália ou Mazzinismo, esse movimento organizou-se na área da Venécia sob a liderança de Giuseppe Mazzini e defendia a república como forma de governo;

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- Os Camisas Vermelhas, liderados por Giuseppe Garibaldi, defendiam uma República que priorizasse as questões sociais. Os Camisas Vermelhas eram do Sul, a área economicamente menos desenvolvida da Península, de população majoritariamente camponesa.
     Entre 1848 e 1870 intensificou-se o processo de unificação, sobretudo a partir da década de 1850 quando Cavour adotou uma política de alianças externas com a França de Napoleão III e com a Prússia de Otto Von Bismarck. Através de guerras contra a Áustria e por último contra a França, os italianos, sob a liderança piemontesa, puderam construir a unidade política e territorial. Vale registrar, que em ambas as guerras os italianos atuaram como coadjuvantes dos prussianos nas guerras austro-prussiana e franco- prussiana.

                         A unificação italiana e a Região Irridenta
    
     A unificação da Itália em 1870, com a anexação dos territórios Pontificiais, não definiu a Itália como ela é hoje. Porque naquela oportunidade não foram integrados ao Estado Italiano os territórios da chamada Itália Irridenta (região do Trento, do Triestre, do Trentino e da Ístria), que permaneceram sob o domínio austríaco até o fim da Primeira Guerra Mundial, quando então eles foram integrados à Itália.
     O irredentismo italiano foi uma doutrina que defendia a integração à Itália de todas as regiões que, embora politicamente separadas daquele país, estariam ligadas a ele pelos costumes e pela língua. A expressão "terras irredentas" (em italiano, terre irredente), isto é, terras 'não libertadas' ou 'não resgatadas',




                            A unificação italiana e a Questão Romana
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Assinatura do Tratado de Latrão
     Entre 1870 e 1929 desenvolveu-se o que se denominou Questão Romana marcada pelo fato de não existirem relações políticas entre o Estado Italiano, criado em 1870, e a Igreja Católica.
     Essa questão decorreu da reação do Papa Pio IX, que não aceitou o fato de os italianos anexarem os estados Pontificiais ou região Romana na última etapa da unificação italiana. Naquela oportunidade, o então Papa Pio IX não reconheceu o Estado italiano e declarou-se prisioneiro do mesmo.
     Essa situação arrastou-se por quase sessenta anos, sendo resolvida em 1929 pelo Tratado de Latrão assinado pelo Papa Pio XI e o líder italiano Benito Mussolini, Il Duce. Por esse tratado a Igreja reconheceu o Estado Nacional e, em troca, recebeu de Mussolini a soberania sobre o território, em que se instalou o Estado do Vaticano.

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