O Mundo pós 1945
A bipolarização ideológica, a Guerra Fria e a formação dos Blocos.
Após a rendição japonesa em 02 de setembro de 1945 até 12 de março de
1947, o mundo viveu um período de rescaldo da Segunda Guerra. Era visível a
bipolarização ideológica:
de um lado a União Soviética como representante da ordem socialista, com a economia estatizada e planificada com base nos Planos Quinquenais; com o setor rural organizado nos Kolkhozes e nos Sovkhozes; regime de partido único e sob o governo autoritário do líder Josef Stalin (secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do comitê central desde 1922).
de um lado a União Soviética como representante da ordem socialista, com a economia estatizada e planificada com base nos Planos Quinquenais; com o setor rural organizado nos Kolkhozes e nos Sovkhozes; regime de partido único e sob o governo autoritário do líder Josef Stalin (secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do comitê central desde 1922).
Do outro lado os Estados Unidos
simbolizando o capitalismo do ocidente.
Com a economia liberal, pluripartidário, com eleições livres e com garantia das liberdades individuais.
Entretanto, nesses 17 meses não havia nenhuma expectativa que essas diferenças gerassem tensões entre essas potências, pois parecia existir um código de respeito mútuo às diferenças.
Com a economia liberal, pluripartidário, com eleições livres e com garantia das liberdades individuais.
Entretanto, nesses 17 meses não havia nenhuma expectativa que essas diferenças gerassem tensões entre essas potências, pois parecia existir um código de respeito mútuo às diferenças.
Presidente Harry Truman |
Entretanto, em março de 1947 o Presidente Harry
Truman, em mensagem enviada ao Congresso Norte Americano, apontou para uma ação
que os EUA deveriam empreender na defesa da liberdade e da democracia, segundo
ele, ameaçada pelo comunismo representado pela URSS. Nascia nesse momento o que
se conheceu como Doutrina Truman, ponto de partida para a Guerra Fria de
Contenção das décadas de 1940 e de 1950. Essa ação norte americana
provocou uma previsível reação de Moscou, que buscou reforçar sua área de
influência, impedindo qualquer tentativa de ruptura. O que viu a partir daí
foram ações recíprocas de hostilidade, de propaganda, de acusações, que geraram
a formação de blocos de alianças e constituíram o cenário da bipolarização mundial.
Os Blocos de Alianças
Bloco norte americano
Esse bloco incluiu a Europa Ocidental, as
Américas, a Oceania, a Ásia de Sudeste e o Oriente Médio. Na construção, os EUA
definiram algumas políticas de apoio financeiro, econômico, tecnológico e militar
aos países membros, conforme descrição abaixo:
- (1947) Plano Marshall – Proposta defendida pelo Secretário de Estado
George Marshall, ofereceu um volume de recursos da ordem de 13,1 bilhões de
dólares à Europa para sua reconstrução. Em princípio os recursos estavam
disponibilizados para todo o continente. Entretanto, Moscou não autorizou os
governos do Leste Europeu a terem acesso a eles, reconhecendo a impregnação
ideológica contida na ajuda norte americana.
Não obstante a proibição de Moscou, a Iugoslávia sob governo do
Mal. Tito ignorou-a e foi o único país do bloco socialista a utilizar recursos
do Plano Marshall. Claro que a atitude do Mal. Tito resultou num rompimento
entre ele e Stalin.
- (1949) O.T.A.N. (Organização do Tratado do Atlântico Norte) –
Organização existente nos dias atuais foi criada sob o argumento de ser uma
aliança defensiva, ou seja, para responder a qualquer ataque promovido pelas
forças socialistas do Leste. Essa Aliança incluía além dos EUA, o Reino Unido,
a França, o Canadá, a Alemanha Ocidental, entre outros.
- (1949) O.E.A. (Organização dos Estados Americanos) – Essa organização
ainda existente foi criada para construir uma política pan americana, que
estreitaria os laços políticos entre as nações da América Latina e Washington.
Através da OEA há política de cooperação econômica, financeira,
tecnológica e militar entre os EUA e os demais países.
Com relação a OEA, em 1962 por proposta
dos EUA (Governo JFK), na Conferência de Punta Del Este no Uruguai,
Cuba foi excluída da Organização sob o argumento de ser uma ameaça a democracia
e a liberdade na América após a adoção do socialismo como via de
desenvolvimento. De maneira não declarada, a exclusão de Cuba era uma retaliação a adoção por Fidel do socialismo como via de desenvolvimento.
- (1951) Pacto de ANZUS – Esse acordo se traduziu como um programa de
cooperação econômica, financeira e tecnológica entre os
EUA, Austrália e Nova Zelândia.
- (1954) O.T.A.S.E. (Organização do Tratado da Ásia de Sudeste) Nessa
organização entre os países líderes do Ocidente e os países do Sudeste Asiático
a cooperação incluía a aliança militar entre eles.
A criação da OTASE foi uma resposta do
Ocidente à vitória comunista na China, a manutenção do governo comunista da
Coreia do Norte após a Guerra Civil e a vitória do movimento de libertação da
Indochina sob liderança dos comunistas comandados por Ho Chi Mihn
(fundador do Partido Comunista do Vietnã e líder da Frente de Libertação, o
Vietmihn).
O bloco soviético
Imediatamente a ofensiva dos EUA com a Doutrina
Truman, a URSS respondeu adotando políticas para a formação de um bloco socialista
sob seu comando, na Europa Centro Oriental e Balcânica.
- (1947) KOMINFORM – Órgão
responsável pelo controle ideológico no Leste Europeu. O Kominform enviava
técnicos para darem “assessoria ideológica” aos governos socialistas do Leste.
- (1949) COMECON (Conselho de
Assistência Econômica Mútua) - O Comecon constituía-se num bloco econômico
formado pela URSS e os países do Leste Europeu. Como a URSS não dispunha de
recursos para doá-los, adotou uma política de cooperação entre os países do
Leste e entre eles e a URSS.
- (1955) PACTO DE VARSÓVIA –
Essa aliança de natureza militar foi apresentada como de caráter defensivo para
responder a um eventual ato de agressão do Ocidente.
Com relação ao Bloco soviético, vale
lembrar que a Iugoslávia foi o único país do Leste Europeu que não o integrou.
As intervenções do Pacto de Varsóvia no Leste Europeu
Hungria Tchecoslováquia
Em duas oportunidades as forças do Pacto de Varsóvia intervieram em países do Leste Europeu. Em 1956 na Hungria e em 1968 na Tchecoslováquia.
Em ambos os casos as intervenções
tiveram o propósito de conter reformas políticas, de cunho liberal,
defendidas pelos dirigentes locais. Tanto na Insurreição Húngara ou Levante
de Budapeste em 1956 como na Primavera de Praga em 1968, a intervenção do
Pacto de Varsóvia resultou na deposição da classe dirigente e a nomeação de
novos governantes.
Em 1980/82 a Polônia esteve sob risco de
intervenção das forças do Pacto de Varsóvia, em razão do movimento dos metalúrgicos
do “sindicato” Solidariedade dos metalúrgicos de Gdanski liderado por Lech
Walesa. O movimento Solidariedade defendia reformas políticas que garantissem
a liberdade partidária, liberdade sindical e eleições livres. No caso polonês
não houve a intervenção do Pacto porque o próprio governo reprimiu as
manifestações.
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