sábado, 29 de julho de 2017

Unidade XI: A Reação Conservadora ou a Restauração

(1815-1830) A Reação Conservadora ou A Restauração
                       
- o Congresso de Viena

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Os monarcas reorganizando o mapa europeu
     A derrota de Napoleão em Waterloo, em julho de 1815, frente à coligação de forças anti francesas constituída pela Áustria, Prússia, Rússia e Inglaterra, foi considerada, exceto pela Inglaterra, uma vitória das  forças sociais conservadoras ou absolutistas sobre as forças transformadoras ou liberais  identificadas com a Revolução Burguesa da França.
     Sob essa perspectiva, realizou-se em 1815 o Congresso de Viena – já havia sido convocado após a derrota de Napoleão em Leipzig no ano anterior – dirigido pelo Comitê dos Quatro. A pauta definida, pelas forças conservadoras, incluía: refazer o mapa político europeu de modo a fortalecer as nações absolutistas e conter as forças de transformação.
     Quanto à Inglaterra, o Congresso transformou-se numa oportunidade para discutir o fim do tráfico de escravos, pelo menos para o hemisfério norte, e a suspensão de práticas protecionistas. Embora a Inglaterra não fosse um Estado Absolutista, ela não se opunha a Restauração, desde que esta não representasse um prejuízo aos seus interesses econômicos.


                                           O Princípio de Legitimidade
     As alterações político-territoriais na Europa, promovidas pelas forças conservadoras reunidas no Congresso de Viena, foram baseadas nos pontos do Princípio de Legitimidade proposto pelo representante francês, o ministro Talleyrand com apoio do príncipe austríaco Metternich. O Princípio previa:
- o reconhecimento das fronteiras de 1789, nas regiões em que houvessem Estados Nacionais organizados;
- o reconhecimento da legitimidade dos herdeiros desses Estados.
     Com isso, a França foi poupada de perdas territoriais e teve a permanência de Luis XVIII no trono considerada legítima, afastando a hipótese da nomeação de um monarca estrangeiro.
     
     Com base no Princípio de Legitimidade, o Congresso promoveu as alterações territoriais, que atingiram os territórios invadidos por Napoleão Bonaparte e que não tinham Estados organizados, desse modo:

- a Polônia foi tripartida entre prussianos, austríacos e russos;
- o território do reino da Lombardia e da Venécia na Itália, foi anexado ao Império Austríaco;
- o Território do Reino de Nápoles na Itália, foi colocado sob governo dos Bourbons;
- os ducados de Parma, Módena e Toscana ficaram sob governo de príncipes austríacos;
- a região Renana foi anexada à Prússia;
- os estados da Confederação Germânica ficaram sob tutela política do Império Austríaco;
- a região da Bessarábia romena foi anexada ao Império Russo;
- os ducados de Schleswig e Holstein foram colocados sob tutela política da Dinamarca;
- a Bélgica foi anexada à Holanda, formando com esta o Reino dos Países Baixos;


A Inglaterra não obteve nenhum território europeu, mas recebeu o controle da Ilha de Malta e as colônias holandesas do Cabo e do Ceilão (Sri Lanka). Em troca,  os holandeses anexaram a Bélgica.
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    Ainda no Congresso de Viena, o Czar Alexander I propôs a criação de aliança entre as monarquias europeias em nome da Santíssima Trindade, que seria utilizada para desenvolver entre elas a cooperação e que deveria protegê-las de qualquer ameaça, sobretudo as de natureza liberal e/ou nacionalistas. Nesse sentido foi aprovado o Direito de Intervenção proposto pelo príncipe austríaco Metternich, que autorizava a Santa Aliança a atuar onde quer que houvesse uma ameaça às monarquias europeias. O documento de fundação teve as assinaturas de Frederico Guilherme III da Prússia, de Francisco I da Áustria e de Alexander I da Rússia.A Inglaterra, em princípio não foi signatária do Tratado de fundação da Santa Aliança em setembro de 1815. Entretanto, já em novembro o governo de Londres considerou a possibilidade dos governos absolutistas utilizarem-na para se tornarem as forças hegemônicas no Velho Continente e aí os ingleses se decidiram a ingressar, o que a transformou em Quádrupla Aliança. Com o ingresso da França dos Bourbons a aliança tornou-se Quíntupla.

     
                                     
                                        O declínio da Santa Aliança

     Por volta de 1832, era visível que a Santa Aliança fosse desaparecer. As contradições existentes dentro dela não deixavam dúvidas quanto a essa avaliação.
     Entre 1815 e 1824 ocorreram as guerras de independência das colônias espanholas. A Espanha   solicitou a intervenção da Santa Aliança para reprimir as colônias, o que não pode acontecer dada a posição inglesa interessada na abertura dos mercados com a quebra do Pacto Colonial.
     Outro fato foi a independência da Grécia do Império Turco-Otomano em 1832, neste caso a Santa Aliança não interveio em razão do interesse dos russos em fragmentar o Império Otomano. Havia acusação do império muçulmano aos russos de que estes tinham interesse expansionista sobre seus territórios. Essa acusação turca, referia-se a região dos Estreitos de Bósforo e de Dardanelos, utilizada pelos russos para a saída deles do Mar Negro para o Mar Mediterrâneo.

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